quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016
- "Amazon Baroque Ensemble"
sábado, 2 de outubro de 2010
-" Porque não conquistamos Luanda ! "
Estamos em Agosto de 1975. Um pequeno grupo de portugueses desembarca em Angola para ajudar a impedir a sua entrega ao colonialismo soviético.
Eram poucos. Iriam porém, mostrar em valentia sem par e altruísmo sem preço, a vontade de todo o povo real que, perplexo e traumatizado, estava incapaz de reagir à mais aviltante farsa de toda a sua História. Em nome de um povo imaginário e de liberdades paranóicas — aliás tolhidas a cada passo em pesados preços de sangue e de fome — todos assistimos à maior mentira do século: a "independência" de Angola.
Qual Angola?
A que víramos próspera, virada ao futuro, na preocupação do bem-estar das suas gentes, na riqueza da sua história, no valor da sua cultura, na grandeza e na dimensão do seu viver? Ou a que encontramos destruída, com os povos famintos a fugir de um lado a outro, para morrerem mais tarde? A que encontrámos em gritos de dor e pedindo a nossa ajuda, uma palavra de esperança, uma afirmação de que tudo era pesadelo e de que voltariam à tranquilidade do seu viver?
Qual independência?
A que trouxe a Angola a ocupação colonial por um exército estrangeiro, em flagrante conquista militar, sem quaisquer laços que liguem o povo aos ocupantes, para além da anuência de uma minoria dirigente e totalitária e porque um governo, em Lisboa — provisório mas definitivamente irresponsável — o consentiu também? O que pensa realmente deste facto trágico o povo português e desgraçadamente o que pensará o povo de Angola?
Foi um grupo pequeno que se bateu contra isto tudo. Merecem por isso o respeito e a consideração de todos os portugueses. Por se terem batido e porque se bateram bem.
Alguns pagaram cara a sua dádiva. E quando no pequeno cemitério do Ambriz desceram à terra, com toda a população a assistir em religioso silêncio, com as honras devidas e cobertos com a Bandeira Portuguesa, repetia-se apenas o que ao longo dos séculos acontecera. Mais uma vez aquela terra acolhia generoso sangue português. Ali estivemos também, meditando e sentindo mais vontade para continuar.
A história deste livro, na simplicidade do relato de uma boa parte dos combates que tiveram de travar-se, dá bem conta do que foi essa luta. Não podemos, porém, deixar de recordar também com sentido respeito os que pelo sul de Angola e em combates de gigantes, libertaram sucessivamente Pereira de Eça, Sá da Bandeira, Moçâmedes e Lobito. Ali tombaram outros tantos, que recordamos com saudade e a maior veneração.
O relatar de uma guerra, na verdade dos factos e com humildade, é privilégio dos que sabem bater-se. É este o caso, na óptica de quem o soube fazer e fazer bem. A outra história, a dos bastidores da intriga política, ficará para ser contada oportunamente. Ela terá de ser contada um dia e sê-lo-á...
Fomos derrotados naquela batalha, mas vencidos ainda não.
*
Em Julho de 1975 os soldados cubanos começaram a desembarcar
O povo português desconhecia em absoluto este facto, porque a Informação (imprensa, rádio e TV) "mais livre do mundo" simplesmente o ocultava. Aliás, em Julho de 75 tinha também começado no norte do país o célebre "Verão quente". O povo andava atarefado em travar a escalada comunista e tinha perfeita consciência de que se o conseguisse a tempo, Angola nunca cairia sob o domínio soviético. Mas o povo do norte foi traído pelas mesmas pessoas que traíram os angolanos. Não foi por acaso que o "25 de Novembro" só aconteceu depois de consumado o "11 de Novembro", data da entrega oficial de Angola à Rússia.
A primeira importância deste livro, escrito por três Comandos Especiais que tive o orgulho de comandar, é a de provar, com a simplicidade de uma prova visível e concreta, que o exército cu-bano invadiu Angola antes da independência. Eu próprio comandei os combates que os Comandos Especiais travaram contra os cubanos em
Angola, durante os meses de Agosto, Setembro, Outubro e Novembro de 1975... Só na parte norte de Luanda, para "defender" a cidade, estacionavam seis batalhões cubanos completamente equipados, armados e municiados.
Feita a prova desta terrível verdade, surge a segunda importância deste livro: — Quem autorizou ou quem facilitou a entrada dos cubanos? Quem constituía, nessa época, o Poder em Portugal? Presidente da República, Governo e Conselho da Revolução. Muitos membros desses órgãos do Poder continuam hoje a ser governantes. Grande parte deles são os mesmos. Como é isto possível? Sobre os ombros desses homens pesa a responsabilidade da morte de milhares e milhares de homens, de mulheres e de crianças. Pesa ainda a gravíssima responsabilidade de terem impedido a libertação da nação angolana. Que povo pode ser livre, quando ocupado por um exército de 30 000 soldados estrangeiros?
Quem autorizou a entrada do exército cubano em Angola, quando o poder soberano ainda pertencia (e pertenceria durante vários meses) ao governo português?
Enquanto esta pergunta não for respondida, que importância podem ter os escândalos em que se envolvem altas figuras do regime e o que podem significar os delitos, os compromissos ou os compadrios que os levaram ao Poder? Mas enquanto houver portugueses da raça destes Comandos Especiais que foram lutar contra os cubanos, aquela pergunta há-de ter uma resposta. Não se saberá quando, mas terá de ser dada às centenas de milhar de mortos, aos que perderam a dimensão de viver e aos que vagueiam apátridas e atónitos...
*
Visto à luz da História, os Comandos Especiais eram em número ridiculamente pequeno. Apenas um punhado de homens: pouco mais de uma centena e meia.
Vieram de todos os cantos do mundo. Alguns tinham já sido Comandos, ao tempo da sua vida de militares em Angola ou em Moçambique.
Vieram espontaneamente. Nada lhes foi oferecido, e eles nenhumas condições impuseram. Claramente lhes foi dito que os Comandos Especiais iriam apenas ser a resposta altiva dum punhado de portugueses à cobardia e à traição dos que entregavam a Pátria às potências estrangeiras.
Vieram por sua própria e livre iniciativa, na louca esperança de ainda salvar o nosso povo duma desonra afrontosa e de uma perda irreparável.
Logo no primeiro recrutamento surgiram aqueles que iriam constituir a mais extraordinária, a mais inconcebível, a mais desesperada força militar que alguma vez se propôs fazer frente ao império comunista: 156 homens dispondo de reduzidíssimo armamento, dependendo quase que exclusivamente de si próprios, pois o apoio logís-tico era praticamente inexistente. Estavam dispostos a enfrentar o MPLA comunista, mas não sabiam ainda que uma das mais poderosas máquinas político-militares do mundo iria lançar abertamente todo o seu peso na luta a favor do MPLA. Igualmente ignoravam que as autoridades portuguesas iriam dar cobertura aos comunistas.
Mas mesmo que o soubessem, na altura em que se dispuseram a lutar para defender Angola da estratégia soviética, isso não os faria recuar.
Na realidade a acção desse punhado de homens começou no Verão de 75. O "Verão Quente" de Angola.
Quando se verificaram os primeiros incidentes graves, em Maio/Junho de 75, em Luanda e nas áreas que impropriamente designaram como "zonas de influência", esses incidentes deram-se apenas entre os "movimentos de libertação", MPLA incluído.
A cruzada parecia fácil. Se os Comandos Especiais tivessem de enfrentar apenas o MPLA, as coisas teriam seguido um outro rumo: nunca os comunistas teriam tido a possibilidade de tomar conta de Angola.
O Alto-Comissário que representava nessa altura o Governo Português em Angola teve uma acção claramente definida: de acordo com a letra e o espírito dos tratados, não concedeu nem concederia qualquer privilégio especial a nenhum dos três movimentos. Fixada a data da independência de Angola para 11 de Novembro, seriam até lá tratados em plena igualdade as três forças que entre si disputavam a supremacia
A situação ali já não constituía segredo para ninguém: desde Junho que cubanos e russos mantinham, sem quaisquer preocupações de segredo, o seu Quartel-General em Luanda, na casa que fora do Administrador da Petrangol. Aí funcionava abertamente esse Quartel-General, com todas as secções e com todo o pessoal. Estávamos ainda en- 16 tão sob o controle do governo português, esse mesmo governo que num tratado de cariz internacional acordara não dar nem permitir que fosse dada qualquer espécie de tratamento preferencial a nenhum dos três movimentos competidores.
No entanto os soldados cubanos desembarcavam em vagas cada vez maiores em Luanda, nesse Verão de 75. Todo o material de guerra que consigo traziam, ali desembarcou à vista de toda a gente.
Quando os desembarques começaram a ser feitos em massa, em meados de Agosto, passaram a ter lugar
Quem poderia ignorar estes factos? Na realidade, ninguém. Nem em Angola nem mesmo nos países vizinhos. E muito menos o governo português, ou pelo menos o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Mário Soares.
Foi na própria Emissora oficial de Angola — ainda sob a tutela de Portugal e das autoridades portuguesas — foi através da própria Emissora oficial que se fizeram constantes e insistentes apelos para que voluntários se apresentassem no cais para trabalhar na descarga desse material cubano e russo. E muitos foram os trabalhadores que acabaram por ser apanhados à força — brancos e negros — e obrigados a ir para o porto trabalhar forçadamente no desembarque desse material.
*
O facto dos Comandos Especiais terem lutado contra o MPLA — e contra os cubanos e russos que os apoiavam — ao lado de Holden Roberto, poderá levar a pensar que esse punhado de homens fazia parte da FNLA.
Não é verdade.
A FNLA serviu de ponto de apoio para esses homens, cujo único objectivo não era nem o da conquista de riqueza ou fortuna, nem sequer o de passageira glória. Era simplesmente o desejo de manter Angola como nação livre e sem interferên-cias estrangeiras no caminho do seu progresso.
Os Comandos Especiais e eu próprio demos o nosso apoio à FNLA, por ser essa a via mais rápida para tentarmos deter a avalanche comunista que ameaçava ocupar Angola.
Foi esse o teor do acordo inicial com Holden Roberto a quem clara e iniludivelmente afirmei
18que nunca seriamos enquadrados nas fileiras da FNLA — com o que ele plenamente concordou.
De resto — e importa que se diga — Holden Roberto mal conhecia a realidade de Angola.
Para todos nós, para os que ali tínhamos nascido ou os que dali tinham feito a sua terra-mãe, era quase chocante ver o espanto que Holden demonstrava perante o progresso duma terra que ele tinha esperado encontrar primitiva e escravizada, árida e abandonada como a propaganda estrangeira proclamava. Como nota curiosa, posso revelar que perante uma barragem (as Molubas) já colocada fora de uso por obsoleta e apta apenas a servir em curtos períodos de emergência de apoio à barragem que servia Luanda, vimos Holden abrir os olhos de espanto perante tão "extraordinária realização"...
Noutra ocasião, na Fazenda "Tentativa", Holden viu uma fábrica de açúcar também já ultrapassada por não ter capacidade de laboração para a matéria prima que ali se produzia e que por tal motivo estava para ser desmanchada. Era uma fábrica que eu conhecia desde menino. Pois Holden Roberto não escondeu o seu espanto perante a sua "grandiosidade"...
Talvez por tudo isso, e também porque ele podia verificar que muitos de nós conhecíamos Angola desde Cabinda ao Cunene e que todos amávamos aquela terra que queríamos que continuasse a ser também nossa, talvez por isso ele nos respeitava e nos dava todo o apoio que podia.
No entanto todo o esforço desesperado desses homens que quiseram defender Angola do inimigo soviético se perdeu.
Ingloriamente, diga-se. Por vil traição.
Tanto os angolanos como os portugueses acreditaram que os representantes do governo português honrariam os seus compromissos de imparcialidade tal como haviam sido assumidos em Alvor. Não o fizeram. É já um facto historicamente comprovado que o governo português apoiou, muito antes da data da independência, a invasão dos cubanos, checos, húngaros e russos em Angola, tal como aprovou e consentiu no estabelecimento de quartéis e na distribuição de armamento, desde o mais simples ao mais sofisticado, desde as armas ligeiras aos mísseis russos, os célebres "órgãos de Staline"...
Quem permitiu, quem sancionou, quem colaborou nessa monstruosa traição que veio a culminar na entrega de Angola e Moçambique ao colonialismo soviético?
Muita gente me tem perguntado por que não entrámos em Luanda, quando a imprensa inter-nacional chegou a noticiar que estávamos à vista da cidade do dia 10 de Novembro, precisamente no morro fronteiro ao Cacuaco. Este livro será uma resposta suficiente, embora muitos aspectos não possam ainda ser revelados.
Esses heróis que se chamaram Comandos Especiais fizeram tudo quanto puderam. Lutando com desespero contra o tempo, conseguiram de facto chegar à vista de Luanda antes da data da independência, levando de roldão à sua frente as sucessivas vagas de cubanos que se interpunham entre eles e a capital. Se a tivessem conseguido atingir antes do 11 de Novembro, tê-la-iam tomado, e não seriam as guarnições cubanas, inadaptadas para a guerrilha urbana, numa cidade que desconheciam e temiam, que o poderiam ter impedido.
Mas entraves de toda a ordem condicionaram a ofensiva sobre Luanda, desde o não consentimento de manobras de diversão ou alterações de frente, até ao atrasar sistemático do assalto à cidade na sequência da primeira arrancada que em 48 horas nos levou do Ambriz ao Caxito... para nos quedarmos mais de vinte dias sem gasolina.
21As pressões que se exerceram sobre Holden Roberto — constantemente mal esclarecido e enganado — no sentido de fazer coincidir o início do assalto com a véspera do dia marcado para a independência, funcionaram deliberadamente para que não entrássemos
Por tudo isto não ocupamos Luanda. Foi-nos retirado o apoio de fogo pesado dos dois obuses de 140, abandonados mais tarde em Ambrizete e transformados em massas de ferro inútil porque as suas guarnições — evacuadas de helicóptero — levaram as culatras...
Ali ficamos sob intenso fogo do inimigo. O barulho da onda de mísseis parecia uma terrível e contínua trovoada. Os Comandos Especiais ficaram colados ao terreno e impedidos de dar resposta.
Ali ficou só um punhado de Comandos Especiais no dia 10 de Novembro, véspera do dia fixado para a independência. Tudo havia retirado. Do nosso posto de observação sobranceiro à cidade que não havíamos podido alcançar, vi sair do porto
22de Luanda a fragata que levava as autoridades portuguesas.
Eram quatro horas e meia da tarde do dia 10 de Novembro de 1975.
Os Comandos Especiais olharam o silencioso afastamento daquela fragata que levava no convés apinhado de gente os últimos restos de uma presença de cinco séculos. As lágrimas de raiva e de impotência rolaram pelas faces dos Comandos que o sol de Angola curtira. A fragata lançou ferro no limite das águas costeiras e ali ficou parada até à meia-noite. Num arremedo de macabra farsa, à meia-noite em ponto, esse navio da Armada Portuguesa iluminou em arco e salvou a terra...
Depois, como que num silêncio de vergonha, fez-se ao largo.
Gilberto Santos e Castro
sábado, 4 de setembro de 2010
segunda-feira, 12 de abril de 2010
-" KALASHNIKOV
Por José Milhazes
Mikhail Kalashnikov, que completou 90 anos de idade no passado mês de Novembro, é o mais conhecido dos construtores de armas e a sua metralhadora equipa mais de 50 exércitos e decorou ou ainda decora bandeiras e escudos de alguns países. Alguns consideram-no o "senhor da morte", mas Kalashnikov responde que as suas armas "são para defender, não para atacar". Mikhail Timofeevitch Kalashnikov nasceu a 10 de Novembro de 1919, numa família camponesa das Montanhas Altai, que, durante a colectivização comunista na URSS, foi considerada "kulaks" (camponeses abastados) e desterrada para a Sibéria em 1930.
O jovem Kalashnikov, após introduzir "algumas emendas" nos seus documentos a fim de esconder o seu estatuto social, foi trabalhar para os caminhos-de-ferro no Cazaquistão em 1936. Dois anos depois, foi mobilizado para o Exército Vermelho, no qual começou a revelar as suas capacidades no campo do fabrico de armamentos. A sua primeira invenção foi um contador de disparos para tanques. Em Agosto de 1941, partiu para a frente de combate contra as tropas nazis que tinham invadido a União Soviética, mas foi gravemente ferido passados apenas dois meses. Foi precisamente durante os seis meses de internamento num hospital que Kalashnikov criou a sua primeira arma automática, que não foi bem recebida pelo comando militar.
"A pistola-metralhadora de Kalashnikov é mais complicada e mais cara no fabrico do que a PPCh-41 e a PPC e exige aturados e difíceis trabalhos de torneiro. Por isso, não obstante os muitos aspectos positivos (pouco peso, curta, poder de disparar tiro a tiro, etc.), actualmente não tem interesse industrial", concluiu o Departamento de Armas do Exército Vermelho em 1941.
As qualidades da nova pistola automática só foram reconhecidas em 1947, tendo os primeiros 1500 exemplares da famosa "AK-47" sido entregues às forças armadas soviéticas em 1949.
Depois, vieram outras metralhadoras mais perfeitas como a "AKM", "PDK", "PKT" e "AK-74". Estas armas ligeiras trouxeram ao seu criador fama nacional e internacional, colocando-o entre as personalidades mais importantes do século XX e não há praticamente nenhuma condecoração soviética e russa que Kalashnikov não tenha recebido: desde os prémios Estaline e Lenine, com que foi condecorado na era comunista, até à Ordem do Santo Príncipe Dmitri Donskoi, concedida pela Igreja Ortodoxa Russa em 2007. Kalashnikov não se lamenta pelo facto de a invenção da "AK" não lhe ter trazido riqueza: "Eu não tinha a percentagem da produção da 'AK-47' que recebiam os construtores ocidentais pelas suas descobertas, porque não foi registada a patente da minha descoberta na URSS. Mas não pensem que sou um pobre, eu não vivia mal durante o poder soviético". A "AK" esteve ou ainda está representada em bandeiras e escudos de vários Estados e de grupos militares, como Burkina-Faso, Moçambique, Timor-Leste, Zimbabué ou o Hezbollah. "Em Moçambique, os combatentes pela liberdade conquistaram a independência com a minha metralhadora nas mãos. Agora, chamam aos seus filhos Kalash. Dizem que há lá em cada aldeia dezenas de crianças negras com o nome de Kalash. Isso não é agradável?", escreve Kalashnikov nas suas memórias, e acrescenta: "Eu criei a minha arma para defender as fronteiras da Pátria, e não para atacar". Por isso, dói-lhe ao saber que as suas armas são empregues nos conflitos "entre as repúblicas do Cáucaso, noutras regiões do país".
Fonte: LUSA
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
-"Conquistando os corações se vence a luta "
Distancio-me, no entanto, de alguma fraseologia precedente, nesta mensagem, quer por parte dela, na minha opinião, ser impertinente para o tema em questão quer pela descontextualização em que se insere.
Um escritor, mesmo ficcionando sobre um tema como este, deverá, a meu ver, ter preocupação de não distorcer realidades históricas, sob pena da sua obra ser ignorada ou menosprezada pelos leitores que viveram essa realidade.
Li e tenho o livro "Os Cus de Judas" de Lobo Antunes, tema todo ele dedicado à sua permanência nas Terras-do-Fim-do-Mundo (Os Cus-de-Judas). Li com satisfação, gostei muito, talvez por se reportar a chãos que já pisei.
Conquistando os Corações Se Vence A Luta - esse era o lema do Batalhão de Caçadores 2872 - o meu Batalhão. Este lema anula qualquer alusão selvática da nossa postura em terras de além-mar.
Fiz parte da Companhia de Caçadores 2506, que teve um único morto (por suicídio, em Teixeira de Sousa) e vários feridos em acidentes, alguns dos quais evacuados para a Metrópole e que não regressaram mais a Angola.
Como o meu Batalhão ficou, logo à chegada a Luanda, às ordens do Quartel-General, como reforço operacional, a minha Companhia, nos intervalos de serviço à Rede que circundava Luanda, fez duas operações no Norte de Angola, mais propriamente no Zenza do Itombe. Deslocámo-nos depois para o Kuando-Kubango (as chamadas Terras-do-Fim-do-Mundo) onde permanecemos durante 10 meses na Coutada de Mucusso a reforçar o Batalhão de Cavalaria 2870, a que o César faz referência no texto anterior.
Lá, as Nossas Tropas sofreram feridos vários e alguns mortos do Grupo Flechas, que actuavam conjuntamente connosco. Vítima de uma Mina Anti-Carro, morreu também um Condutor da Companhia de Transportes, sediada em Serpa Pinto, de seu nome Maia e que era do Montijo, que se deslocou à Coutada integrado numa coluna para apoio logístico com vista a uma operação de grande envergadura que se veio a realizar na área.
Rodámos, depois, para o Leste, mais propriamente para Lucusse, próximo ao Luso, onde terminámos a Comissão.
Dos citados, deixo aqui um abraço ao Cruz, que vive no Porto, ao David Ribeiro, meu colega de profissão e de Banco, e ao Favas Cabelo, ribatejano, que sei que está doente, e que já não vejo há mais de 40 anos.
Autor: Carlos Jorge Mota
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
-" HOMENS DE LETRAS OU HOMENS DE TRETAS ?"
O texto que se segue, foi me enviado para esclarecimento que eu pretendo seja extensivo a todos os leitores.
O blogue estará aberto a apoios ou contestações que julgarem pertinentes.
« Não devemos levar tão à letra (certos) homens de letra(s) ou treta(s)Tenham ou não sido Nobel.
Depois de ter lido o seu livro "Cartas da guerra", sorri incredulamente por o autor (médico) descrever acções de combate, fazendo-se passar por protagonista, qual operacional e, curioso, parecer ter-me plagiado.
Episódios de guerrilha ali narrados, parecem ter sido retirados do meu diário de guerra, escrito entre Abril de 1968 e Junho de 1971. Aquele livro do ALA teve o condão de me levar, décadas depois, a reler o meu diário. Escrita que continua a ser só do meu conhecimento, do meu foro íntimo e bem guardada.
Passei 26 meses em Angola, como atirador de Cavalaria. Parte desse tempo em sítios, entre outros, como Cuito Cuanavale, Lupire, Mavinga, Serpa Pinto; zonas de guerra idênticas àquela onde viria a estar (Luso / leste de Angola) o Batalhão (1971 a 73) a que terá pertencido o médico A. Lobo Antunes.Todavia, falando desses tempos, dou comigo, constantemente, a relembrar mais as férias, acompanhado de 3 camaradas (João Cruz, David Ribeiro e Marques dos Santos) passadas, no primeiro ano, em Nova Lisboa, Benguela e, sobretudo, Lobito (maravilhosa) e, no segundo ano (com José Cabelo em vez do David), em Lourenço Marques, Namaacha, Inhaca (ilha paradisíaca), Beira, Gorongosa, por minha opção, em vez das traumatizantes deslocações ao "Puto" e ao seio da família.
Bem hajas, mãe!
Qualquer militar que tenha servido no Ultramar (ou Colónias) - mesmo que tivesse sido mecânico, cozinheiro, enfermeiro, telegrafista, vague-mestre ou de outra especialidade de apoio ao combatente operacional - sabe que o médico era apenas... médico. E o exercício da medicina, obviamente, era no "hospital/enfermaria" (quando havia) ou, quando muito no aquartelamento. O do cozinheiro era na cozinha, no aquartelamento.
O que A. Lobo Antunes conta na sua obra - aparte as adulterações/inverdades condenáveis - será baseado nos testemunhos que ouviu, nos feridos e mortos que lhe foram enviados, à mistura com a sua imaginação, criatividade e acréscimo de pitadas de ficção, mais o empolamento próprio do escritor. Para valorização da obra e - admito - sua melhor comercialização.
Quem, daqueles que passaram pela nossa Guerra Colonial, não conhece um caso de um camarada amanuense ou fiel de armazém - "frustrado" pela sua pacata vida, para impressionar madrinhas e/ou amigos e familiares - a escrever aerogramas com imaginosos actos heróicos, sem nunca ter saído do arame farpado?
Deixemos o Lobo Antunes uivar. O homem tem a virtude de, pelo menos, relembrar uma guerra a cair no esquecimento.
Autor: César Santos (Atirador Cav.)
do 3º Grupo de combate - 5 mortos
da Comp. Cav. 2500 - 7 mortosdo
Bat. Cav. 2870 - 11 mortos (total)
(E bastantes evacuados para a Metrópole) »
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
-" António Lobo Antunes e a escrita mentirosa "
Talvez este início de crónica escandalize quem costume venerá-lo. Eu, por maior benevolência que para com ele queira usar não posso, nem devo. Por várias razões, algumas das quais vou enunciar. Porque não gosto de atirar a pedra e esconder a mão.
Este senhor foi mobilizado como médico, para a guerra do Ultramar. Nunca terá sabido manobrar uma G-3 ou mesmo uma Mauser. Certamente nem sequer chegou a conhecer a estrutura de um pelotão, de uma companhia, de um batalhão. Não era operacional mas bota-se a falar como quem pragueja. Refiro-me ao seu mais recente livro: Uma longa viagem com António Lobo Antunes.
João Céu e Silva pode reclamar alguns méritos deste tipo de escrita. Foi o entrevistador e a forma como transpõe as conversas confere-lhe alguma energia e vontade de saber até onde o entrevistado é capaz de levar o leitor. Mas as ideias, as frases, os palavrões, os impropérios, as aldrabices - sim as aldrabices - são de Lobo Antunes.
Vejamos o que ele se lembrou de vomitar na página 391:
«Eu tinha talento para matar e para morrer. No meu batalhão éramos seiscentos militares e tivemos cento e cinquenta baixas. Era uma violência indescritível para meninos de vinte e um, vinte e dois ou vinte e três anos que matavam e depois choravam pela gente que morrera. Eu estava numa zona onde havia muitos combates e para poder mudar para uma região mais calma tinha de acumular pontos. Uma arma apreendida ao inimigo valia uns pontos, um prisioneiro ou um inimigo morto outros tantos pontos. E para podermos mudar, fazíamos de tudo, matar crianças, mulheres, homens. Tudo contava, e como quando estavam mortos valiam mais pontos, então não fazíamos prisioneiros».
Penso que isto que deixo transcrito da página 391 do seu referido livro, se vivêssemos num país civilizado e culto, com valores básicos a uma sociedade de mente sã e de justiça firme, bastaria para internar este «escriba», porque todo o livro é uma humilhação sistemática e nauseabunda, aos Combatentes Portugueses que prestaram serviço em qualquer palco de operações, além fronteiras. É um severo ataque à Instituição militar e uma infâmia aos comandantes de qualquer ramo das Forças Armadas, de qualquer estrutura hierárquica e de qualquer frente de combate. Isto que Lobo Antunes escreve e lhe permite arrecadar «350 contos por mês da editora» (p. 330), deveria ser motivo de uma averiguação pelo Ministério Público. Porque em democracia, não deve poder dizer-se tudo, só porque há liberdade para isso. Essa liberdade que Lobo Antunes usou para enriquecer à custa o marketing que os mass media repercutem, sem remoques, porque se trata de um médico com irmãos influentes na política, ofendeu um milhão de Combatentes, o Ministério da Defesa, uma juventude desprevenida, porque vai ler estes arrotos literários, na convicção de que foi assim que fez a Guerra, entre 1961 e 1974. E ofende, sobretudo, a alma da Portugalidade porque a «aldeia global» a que pertencemos vai pensar que isto se passou na vida real nos finais do século XX.
Fui combatente, em Angola, uns anos antes de Lobo Antunes. Também, como ele fui alferes miliciano (ranger). Estive numa zona muito mais perigosa do que ele: nos Dembos, com operações no Zemba, na Maria Fernanda, em Nuambuangongo, na Mata Sanga, na Pedra Verde, enfim, no coração da guerra. Nunca um militar, qualquer que fosse a sua graduação ou especialidade, atirou a matar. Essa linguagem dos pontos é pura ficção. E essa de fazer cordões com orelhas de preto, nem ao diabo lembraria. E pior do que tudo é a maldade com que escarrou no seu próprio batalhão que tinha seiscentos militares e registou centena e meia de baixas...Como se isto fosse crível!
Se o seu comandante que na altura deveria ser tenente-coronel, mais o segundo comandante, os capitães, os alferes, os sargentos e os soldados em geral, lerem estas aldrabices e não exigirem uma explicação pública, ficarão na história da guerra do Ultramar como protagonistas de um filme que de realidade não teve ponta por onde se lhe pegue.
Em primeiro lugar esta mentira pública atinge esses heróicos combatentes, tão sérios como todos os outros. Porque não há memória de um único Batalhão ter um décimo das baixas que Lobo Antunes atribui àquele de que ele próprio fez parte. É preciso ter lata para fazer afirmações tão graves sobre profissionais que para serem diferentes deste relatório patológico, basta terem a seu lado a Bandeira Portuguesa e terem jurado servi-la e servir a Pátria com honra, dignidade e humanismo. Não conheço nenhum desses seiscentos militares que acolheram António Lobo Antunes no seu seio e até trataram bem a sua mulher que lhes fez companhia, em pleno mato, segundo escreve nas páginas 249 e 250. Mereciam eles outro respeito e outros elogios. Porque insultos destes ouvimos e lemos muitos, no tempo do PREC. Mas falsidades tão obscenas, nem sequer foram ditas por Otelo Saraiva de Carvalho, quando mandou prender inocentes, com mandados de captura, em branco e até quando ameaçou meter-me e a tantos, no Campo Pequeno para a matança da Páscoa. Estas enormidades não matam o corpo, mas ferem de morte a alma da nossa Epopeia Nacional.
Autoria: Barroso da Fonte
terça-feira, 10 de novembro de 2009
- O dia 11 de Novembro e as Forças Armadas"
Apesar de as separem 57 anos, em ambas, as Forças Armadas tiveram um papel de relevo.
Em 11 de Novembro de 1918, foi assinado o armistício que pôs fim à I Guerra Mundial, na qual Portugal decidiu participar para garantir, em caso de vitória, que teria assento na futura conferência onde seriam discutidas as sanções de guerra que, inevitavelmente, iriam abranger as colónias alemãs e redesenhar o mapa colonial africano.
Foi uma decisão que demonstrou elevado discernimento político, ao prever que se os ingleses saíssem vitoriosos não deixariam de tentar deitar a mão às colónias portuguesas.
A posse das colónias ficou garantida e o Exército comportou-se de forma exemplar.
Em 11 de Novembro de 1975, aconteceu tudo exactamente ao contrário !
Angola deixou de ser território português e as Forças Armadas, depois de terem cumprido o seu dever de forma exemplar ao longo de 14 anos de guerra, tiveram um comportamento vergonhoso nos meses que antecederam a independência.
Embora estes acontecimentos estejam em extremos opostos na escala de valores há, porém, um acontecimento que os une.
Nos últimos anos, em todos os dias 11 de Novembro realizam-se cerimónias, ao longo de Portugal inteiro, em homenagem aos combatentes mortos na I Guerra Mundial, organizadas por militares e com larga participação das Forças Armadas.
Embora a intenção seja a melhor, estas cerimónias, se bem as analisarmos, constituem um acto de cinismo atroz.
Como é possível umas Forças Armadas que ainda têm nas suas fileiras, ou a elas ligados, responsáveis participantes na vergonhosa descolonização, terem o desplante de homenagear militares que morreram para defenderem o que os homenageantes anos mais tarde traíriam ?...
Dirão que “não é uma nuvem que faz a tempestade”, “que em todos os rebanhos há uma ovelha ranhosa”, “que é necessário separar o trigo do joio” ( ! ) …pois é !...
É exactamente isso que falta fazer !...
As Forças Armadas se querem recuperar o prestígio que sempre tiveram e que, sem dúvida, perderam em 1975, terão de se depurar a elas próprias.
Não é com uma campanha de marketing, como o general Loureiro dos Santos ainda há pouco afirmou num programa de televisão, que as Forças Armadas poderão recuperar o respeito da sociedade civil. É levando a julgamento todos os implicados e responsáveis pelos desvarios, pelos actos de covardia, pelas traições, pelo abandono dos seus compatriotas, que as Forças Armadas poderão recuperar o respeito dos portugueses.
Não é necessário fazer uma lista com os nomes daqueles que deveriam ser levados a tribunal, para serem ilibados ou condenados, porque são do domínio público. Desde dois presidentes da República, a dois alto-comissários, ao comandante do Coplad, ao comandante da Polícia Militar e a muitos outros que facilmente serão identificados, todos deverão ser chamados a prestar contas das suas actuações.
Mas há um nome que sobressai de entre todos os protagonistas desta tragédia, pela forma vergonhosa e descarada como permitiu que o MPLA dominasse as FA e imperasse em Luanda, dando cobertura a muitos dos crimes que aquele movimento cometeu : o então alto-comissário almirante Rosa Coutinho, apelidado de “almirante vermelho”.
Ao desembarque de milhares de militares cubanos, às prisões efectuadas pela Polícia Militar e pelos Fusileiros entregando os presos ao MPLA, pelas prisões feitas pelo MPLA com a conivência da Polícia Judiciária, pela subserviência ao MPLA a que obrigou muitos militares, e pela forma ignóbil como traiu a população branca, este militar deveria ser o primeiro a ser responsabilizado pelos vergonhosos acontecimentos de Angola.
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
- "Vozes de burro não chegam ao céu"

O vídeo, o pedido de desculpas, os comentáriosa justificando a incapacidade mental… nada disso tem importância. São somente prova de que se pode ser, ao mesmo tempo, célebre e estúpido.
A parte importante da questão é a atitude da produção do programa e os motivos pelos quais puseram o vídeo no ar.
Sobre isto é que se deve reflectir e questionar a posição das emissoras de televisão brasileiras que emitem em Portugal.
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
-"Descoberto o segredo da IURD "
A IURD foi fundada por Edir Macedo em 1977. Hoje, ele e nove membros da IURD são acusados de usar dinheiro dos fiéis.
Era sempre assim. Quando a música baixava e os apelos do pastor deixavam de se ouvir, os fiéis levantavam os joelhos do chão para depositar o dinheiro no altar.
O VÍDEO DO DÍZIMO
Desde que o vídeo foi divulgado, a instituição foi exaustivamente investigada, mas pouquíssimas irregularidades ficaram provadas nos dez processos que foram instaurados.
Era preciso descobrir o percurso do dinheiro desde que saía dos bolsos dos crentes até ser usado para pagar a construção de uma mansão de 2000 m2 (como a construída por Edir Macedo em 2007). É isto que, após dois anos de investigação, os procuradores acabam de conseguir.
Entre 2001 e 2008, a IURD recebeu mais de 3 mil milhões de euros doados pelos seus 8 milhões de seguidores. Metade do dinheiro foi colocado na caixa do dízimo dos templos, a outra metade chegou através de 4015 transferências bancárias. Nenhum deste dinheiro pagou impostos.
EMPRESAS FANTASMA
A paragem seguinte destes milhões eram duas empresas sedeadas em paraísos fiscais nas ilhas Caimão e nas do Canal (a Investholding e a Cableinvest). Sob a forma de empréstimos a executivos da IURD, o capital regressava depois à terra natal para ser aplicado na compra de aviões particulares (como um Cessna de 1 milhão de euros), mansões ou para ser investido no império que a igreja construiu na comunicação social - 22 canais de televisão e 42 estações de rádio.
Autoria de Alexandre Soares
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
Campanha de protesto no Brasil
As regras da campanha são as seguintes:
1. Durante o período de 07 a 20 de setembro, exibia a imagem do logo como o primeiro post de seu blog ou deixe-a fixa no topo da barra lateral;
2. O texto padrão junto ao logo deve ser:"BRAVA GENTE BRASILEIRA, LONGE VÁ TEMOR SERVIL! Comemoramos o Dia da Independência do Brasil, resgatando nosso patriotismo adormecido e protestando contra os abusos, a corrupção e a impunidade de uma classe política que zomba e se lixa para nós. Repasse essa campanha adiante. Nosso país agradece".
3. Exiba a imagem e o texto em todos os perfis que possuir (orkut, twitter, gmail, facebook, myspace, MSN, etc);
4. Envie esta mensagem também para:- Senado Federal: Alô Senado http://www.senado.gov.br/sf/senado/centralderelacionamento/sepop/?page=alo_sugestoes&area=alosenado- Câmara Federal: Fale com o deputado: http://www2.camara.gov.br/canalinteracao/faledeputado- Supremo Tribunal Federal – Central do Cidadão - http://www.stf.jus.br/portal/centralCidadao/enviarDadoPessoal.asp- Procuradoria Geral da União - pfdc@pgr.mpf.gov.br- Presidência da República – Fale com o Presidente - https://sistema.planalto.gov.br/falepr2/index.php5.
Enviem essa campanha (imagem, texto e instruções) por email para toda sua lista de contatos, para todos os seus conhecidos, para os seguidores de seu blog, para as autoridades de seus municípios, para os jornais, revistas, rádios e emissoras de TV, etc.
Contamos com a colaboração de todos.
Nosso país agradece!
sábado, 8 de agosto de 2009
-" CLAUSURA "

Tranquei as portas deste corpo
Posso te ouvir bater
Deito na cama fria
Tua voz é o som da noite.
Texto de Adriana Costa especialmente para o blogue Rosa dos Ventos.Imagem: Praia do Murubira, Ilha de Mosqueiro, Pará, por Adriana Costa.
terça-feira, 7 de abril de 2009
-" Estarão todos a ficar malucos ?... "
Será que anda por aí uma bactéria a alimentar-se da massa cinzenta de personalidades ?...
domingo, 5 de abril de 2009
-"Enriquecimento ilícito ?"
Se enriqueceram através da corrupção, então já é crime !...
Se é crime, então é ilícito !
Então, o enriquecimento ilícito é crime ou não é ?
E aqui está criada uma “pescadinha-de-rabo-na-boca” !....
Agora, alguns políticos querem criminalizar o enriquecimento ilícito; outros, não querem !...
É claro que os que não querem, irão alegar que é anticonstitucional.
Mas será anticonstitucional a punição de um crime ?
É um assunto muito delicado e o melhor é não mexer na galinha.
Não será que aqui está em causa um erro de português ?...
Se não conseguirem justificá-lo, então é porque houve crime.
Vamos aguardar e ver no que é que eles ficam.
sexta-feira, 3 de abril de 2009
Lusofonia

«Gosto de sentir minha língua roçar a língua de Luís de Camões» (Caetano Veloso)
Palavras tuas, ou minhas.
Por naus ou jangadas levadas
Disseminam uma nova pátria
Menos tua menos minha, universal.
Gramática perfeita para sentimentos
Latinos, lusitanos ou africanos.
A bacanal de palavras portuguesas
Atravessa mares com apelo sensual.
Em Agostinho da Silva a lição
A crítica apaixonada de Gilberto Freyre
Sobre a cultura em si una e plural.
Diversos sabores de uma mesma língua
Como correntes marítimas a ligar o mesmo mar
Une-nos a língua a Portugal.
Poema publicado nos blogues:
"Versos Bárbaros" ( http://versosbarbaros.blogspot.com/ )
"Rosa dos Ventos" ( http://rosadosventosnorton.blogspot.com/ )
"Nova Águia" ( http://novaaguia.bolgspot.com/ ) e
"Bar do Ossian"
sábado, 14 de fevereiro de 2009
« DESAFINADO »
Faz agora 50 anos que João Gilberto e Tom Jobim criaram o seu "Desafinado", que foi o passaporte para a internacionalização da "Bossa-Nova". Primorosa composição que de desafinado nada tinha a não ser o que os seus compositores queriam que parecesse desafinar.
Como a Literatura, a Música é, também, um precioso elemento de ligação e um priveligiado meio de unir os povos duma mesma Língua.
Mesmo que a CPLP os esqueça e por muito singela que seja esta homenagem a estes dois grandes compositores da lusofonia, eu, pelo menos, fico com a grande alegria de não os ter esquecido.
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
- UM BAR DE PRAIA EM MOÇAMBIQUE -
Um bar de praia na fronteira de Moçambique com a África do Sul lança um apelo surpreendente a um obscuro casal português
PROXIMO LUGARVeja em:Download gonalocadilhe_mo.Ponta do Ouro.pdf
NOTA:Destaco esta passagem da reportagem e se alguém os conhecer muito agradecia o seu contacto:«Você pode ajudar-me?»,pergunta o Fernando.Já sabe que sou um jornalista. Na Ponta, os bares da praia são para os turistas e os bares do mercado são para os locais. O do Fernando situa-se na orla do mercado à saída da praia - talvez por isso, consegue saltar por cima de raças e nacionalidades e servir uma clientela transcultural. Ou então, é porque é a melhor cerveja de pressão da localidade. «Eu fui criado por uma família de portugueses», explica-me o Fernando. «O meu tio entregou eu para eles. Esses brancos é como os meus pais. Vivi com eles até aos 17anos».Depois chegou a independência e depois a guerra. A família portuguesa fugiu para Lisboa e deixou o Fernando a tomar conta da casa de Maputo, esperando poder regressar em breve e manter a posse do imóvel. Nunca mais voltaram. «Escreve por favor no seu jornal que eu estou esperando eles, eu quero ajudar eles, posso dar dinheiro para virem até Moçambique». Passaram trinta anos, Fernando. Sabes o nome deles, a morada? «Não sei onde estão. Chamam-se António Gomes e Célia Faria Leitão, a casa deles era na Avenida 24 Julho, tinham uma oficina de bate-chapas na Avenida Fernão de Magalhães, ao lado da antiga Cervejaria Coimbra."25-08-2008