CONTINUAREI A PESAR O VOSSO COMPORTAMENTO PARA AVALIAR SE MERECEIS SER TRANSPORTADOS NA MINHA BARCA
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terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

- "32 mil centenários no Japão"



Há dias foi anunciado em Tóquio que no Japão existem, actualmente, 32.276 pessoas com mais de 100 anos. A notícia lida na calma domingueira possivelmente vai suscitar exclamações do tipo “ formidável “, “ que maravilha”, “agora sim”, etc... Sem querer perturbar os prazeres do Domingo, lanço esta questão : será mesmo assim ?... Será que o futuro vai ser formidável, será que vai ser maravilhoso, com a esperança de vida a aumentar da forma como está a aumentar actualmente ? Claro que pode ser maravilhoso vivermos, pelo menos, mais 25 anos do que o que poderíamos esperar. Mas, teremos condições para isso ? Este, certamente, será um tema interessante para ser desenvolvido pelos sociólogos e pelos filósofos que frequentam este blogue. Mas o vulgar dos mortais, depois de lhe passar a alegria de verificar que pode viver mais uns anitos, apesar dos seus raciocínios não serem muito elaborados, não poderá evitar de ficar inquieto quando no seu espírito começarem a surgir certas dúvidas. Se as pessoas vão estar mais 25 anos a receberem pensões, como vai ser, então, com as reformas ? Como reagirá o nosso sistema de segurança social se com uma esperança de vida de 75 anos já abanou e não nos dá nenhuma garantia de que dentro de 20 anos as pensões de reforma possam ser pagas ? Como vai funcionar o mercado de trabalho ? Para evitar o pagamento de pensões em prazos tão dilatados, aos governos só restará aumentar a idade da reforma. Mas se se aumentar a idade da reforma as necessidades do mercado de trabalho irão diminuir e os jovens terão maior dificuldade em conseguir emprego. A quantidade de pensionistas aumentará e a de desempregados também. Como se vai conciliar estes dois vectores ? É hora de os políticos acordarem e começarem a mostrar do que são capazes e dedicarem o tempo que hoje perdem a discutir o sexo dos anjos à estruturação do futuro dos nossos filhos.

terça-feira, 17 de julho de 2012

PARA QUE SERVE ( ou a quem serve ) A TV ?

Uma notícia que as Televisões portuguesas se "esqueceram" de dar e que foi publicada no Brasil

"Português é campeão mundial de pesca submarina

Jody Lot conquista medalha de ouro para Portugal
O Atleta Português Jody Lot conquistou a Medalha de Ouro no 28º Campeonato do Mundo de Pesca Submarina organizado pela Confederação Mundial de Atividades Subaquáticas (CMAS), realizado em Vigo, na Galiza, de 5 a 8 de Julho."

acompanhada do seguinte comentário: .

Frederico Deseta Neto disse:


Parbéns Jody.
Estive em Portugal em 2006 na equipe do Brasil (fui campeão nacional 2006 Brasil) e pude ver como vocês são organizados e incentivam o esporte.Parabéns.
Frederico Deseta Neto.

Afinal para que servem as Televisões se nem para informar servem ? ! ...
Definitivamente, os jornalistas das Televisões não entrarão na minha barca !

sábado, 7 de julho de 2012

-"A libertação das doenças"

A indústria de "curar" e de "matar".

O vídeo que se segue mostra-nos a palestra proferida pelo cientista e investigador alemão Dr.Matthias Rath na qual denuncia o negócio fraudulento do cartel químico-farmacêutico que impede o uso de terapias naturais que podem prevenir doenças como hipertensão, tromboses, AVC, cancro e muitas outras.
Alguém disse, em tempo, que a indústria de "curar" e de "matar", que gera multibiliões de dolares de lucros, iria dominar o mundo. Já o faz, mas é tempo de lhe por um fim !

sábado, 12 de março de 2011

-" Toda a vida europeia morreu em Auschwitz "

Artigo publicado num jornal espanhol por Sebastian Vilar Rodriguez.
Desci uma rua em Barcelona, e descobri repentinamente uma verdade terrível. – A Europa morreu em Auschwitz. Matámos seis milhões de Judeus e substituímo-los por 20 milhões de muçulmanos. Em Auschwitz queimámos uma cultura, pensamento, criatividade e talento. Destruímos o povo escolhido, verdadeiramente escolhido, porque era um povo grande e maravilhoso que mudara o mundo. A contribuição deste povo sente-se em todas as áreas da vida: ciência, arte, comércio internacional e, acima de tudo, como a consciência do mundo. Este é o povo que queimámos.
E debaixo de uma pretensa tolerância, e porque queríamos provar a nós mesmos que estávamos curados da doença do racismo, abrimos as nossas portas a 20 milhões de muçulmanos que nos trouxeram estupidez e ignorância, extremismo religioso e falta de tolerância, crime e pobreza, devido ao pouco desejo de trabalhar e de sustentar as suas famílias com orgulho.
Eles fizeram explodir os nossos comboios, transformaram as nossas lindas cidades espanholas, num terceiro mundo, afogando-as em sujeira e crime. Fechados nos seus apartamentos eles recebem, gratuitamente, do governo, eles planeiam o assassinato e a destruição dos seus ingénuos hospedeiros.
E assim, na nossa miséria, trocámos a cultura por ódio fanático, a habilidade criativa por habilidade destrutiva, a inteligência por subdesenvolvimento e superstição. Trocámos a procura de paz dos judeus da Europa e o seu talento, para um futuro melhor para os seus filhos, a sua determinação, o seu apego à vida porque a vida é santa, por aqueles que prosseguem na morte, um povo consumido pelo desejo de morte para eles e para os outros, para os nossos filhos e para os deles.
Que terrível erro cometido pela miserável Europa.
O total da população islâmica (ou muçulmana) é de, aproximadamente, 1 200 000 000, isto é um bilião e duzentos milhões ou seja 20% da população mundial.
Prémios Nobel
: 7
O total da população de Judeus é, aproximadamente, 14 000 000, isto é catorze milhões ou seja cerca de 0,02% da população mundial.
Prémios Nobel
: 128
Os judeus não estão a promover lavagens cerebrais a crianças em campos de treino militar, ensinando-os a fazerem-se explodir e causar um máximo de mortes a judeus e a outros não muçulmanos. Os judeus não “tomam” aviões, nem matam atletas nos Jogos Olímpicos, nem se fazem explodir em restaurantes alemães.Não há um único judeu que tenha destruído uma igreja. Não há um único judeu que proteste matando pessoas. Os judeus não traficam escravos, não têm líderes a clamar pela Jihad Islâmica e morte a todos os infiéis.
Talvez os muçulmanos do mundo devessem considerar investir mais numa educação modelo e menos em queixarem-se dos judeus por todos os seus problemas. Os muçulmanos deviam perguntar o que poderiam fazer pela humanidade antes de pedir que a humanidade os respeite.
Independentemente dos seus sentimentos sobre a crise entre Israel e os seus vizinhos palestinianos e árabes, mesmo que creiamos que há mais culpas na parte de Israel, as duas frases que se seguem realmente dizem tudo:
“Se os árabes depusessem hoje as suas armas não haveria mais violência. Se os judeus depusessem hoje as suas armas não haveria mais Israel” (Benjamin Netanyahu).
Por uma questão histórica, quando o Comandante Supremo das Forças Aliadas, General Dwight Eisenhower, encontrou todas as vítimas mortas nos campos de concentração nazi, mandou que as pessoas ao visitarem esses campos de morte, tirassem todas as fotografias possíveis, e para os alemães das aldeias próximas serem levados através dos campos e que enterrassem os mortos.
Ele fez isto porque disse de viva voz o seguinte:“Gravem isto tudo hoje. Obtenham os filmes, arranjem as testemunhas, porque poderá haver algum malandro lá em baixo, na estrada da história, que se levante e diga que isto nunca aconteceu”.
Recentemente, no Reino Unido, debateu-se a intenção de remover o holocausto do curriculum das suas escolas, porque era uma ofensa para a população muçulmana, a qual diz que isto nunca aconteceu. Até agora ainda não foi retirado do curriculum. Contudo é uma demonstração do grande receio que está a preocupar o mundo e a facilidade com que as nações o estão a aceitar.

Já passaram mais de sessenta anos depois da Segunda Guerra Mundial na Europa ter terminado. Escrevo este artigo em memória dos 6 milhões de judeus, dos 20 milhões de russos, dos 10 milhões de cristãos e dos 1 900 padres católicos que foram assassinados, violados, queimados, que morreram de fome, foram espancados, e humilhados enquanto uma parte do povo alemão olhava para o outro lado.
Agora, mais do que nunca, com o Irão entre outros, reclamando que o Holocausto é um mito, é imperativo assegurar-se de que o mundo nunca esquecerá isso.
Depois do ataque ao World Trade Center, quantos anos passarão antes que se diga: “NUNCA ACONTECEU”, porque isso pode ofender alguns muçulmanos nos Estados Unidos ???
...................................................................................................

Nota do Editor: este artigo é, sem dúvida, tendencioso embora invoque factos reais. O relevo que lhe é dado reside na obrigatoriedade de não os esquecer.
Oxalá (que linda palavra de origem árabe) não esqueçamos a história e não voltemos a olhar para o lado!.... Ao mesmo tempo, não julguemos os alemães de forma ligeira porque para sermos objetivos todos os europeus "têm culpas no cartório".

sábado, 26 de fevereiro de 2011

- " Contra-mão "

Por: Joaquim Letria


Fugir para onde ! ...



> SÓCRATES parece aqueles velhinhos que se metem pelas auto estradas em contra-mão, com o Teixeira dos Santos no lugar do morto, a gritarem que os outros é que vêm ao contrário.
> De rabo entre as pernas, fartinhos de saberem que estavam errados, não conseguem agora disfarçar o mal que nos fizeram. Ainda estão a despedir-se, agradecidos, do Constâncio, e já dão a mão a Passos Coelho, que lhes jura que conhece uma saída perto e sem portagem.
> Estamos bem entregues! Vão-nos servindo a sopa do Sidónio, à custa dos milhões que ainda recebem da Europa, andam pelo mundo fora sem vergonha, de mão estendida, a mendigar e a rapar tachos, tratados pelos credores como caloteiros perigosos e mentirosos de má-fé.
> Quando Guterres chegou ao Governo, a dívida pouco passava dos 10% do PIB. 15 anos de Guterres, Barroso, Sócrates e de muitos negócios duvidosos puseram-nos a dever 120% do PIB.
> Esta tropa fandanga deu com os burrinhos na água, não serve para nada e o estado do próprio regime se encarrega de o demonstrar. Falharam todas as apostas essenciais. Todos os dias se mostram incapazes. Mas com o Guterres nos refugiados, o Sampaio nos tuberculosos e na Fundação Figo, o Constâncio no Banco Central e o Barroso em Bruxelas, a gente foge para onde?

domingo, 13 de fevereiro de 2011

- "Os portugueses vivem numa cleptocracia"

Fundação Cidade de Guimarães..


Folha salarial (da responsabilidade da Câmara Municipal; não trabalham a tempo inteiro!) dos administradores e de outros figurões, da Fundação Cidade de Guimarães, criada para a Capital da Cultura 2012:

- Cristina Azevedo - Presidente do Conselho de Administração :
14.300 € (2 860 contos) mensais + Carro + Telemóvel + 500 € por reunião

- Carla Morais - Administradora Executiva
12.500 € (2 500 contos) mensais + Carro + Telemóvel + 300 € por reunião

- João B. Serra - Administrador Executivo
12.500 € mensais + Carro + Telemóvel + 300 € por reunião

- Manuel Alves Monteiro - Vogal Executivo
2.000 € mensais + 300 € por reunião

Todos os 15 componentes do Conselho Geral, de entre os quais se destacam Jorge Sampaio, Diogo Freitas do Amaral, Adriano Moreira e Eduardo Lourenço, recebem 300 € por reunião, à excepção do Presidente (Jorge Sampaio) que recebe 500 €.

Em resumo: 1,3 milhões de Euros por ano, em salários. Como a Fundação vai manter-se em funções até finais de 2015, as despesas com pessoal deverão ser de quase 8 milhões de Euros !!!
Reparem bem: Administradores ganhando mais do que o PR e o PM !

Esta obscenidade acontece numa região, como a do Vale do Ave, onde o desemprego ronda os 15 % !!!


terça-feira, 28 de dezembro de 2010

- " E O ROUBO CONTINUA..."

Eis uma denúncia que circula na internet:

Já sabiam desta?

Aliás, isto até é NORMA no PARLAMENTO onde estão aqueles CROMOS que votam as leis (para eles , claro)
Exemplo: Um deputado de LISBOA concorre por AVEIRO e fica com o SUBSÍDIO de DESLOCAÇÃO ... Tadinho !!!!!!!!!!!!!


O ministro das Finanças autorizou a concessão de um subsídio de Alojamento a Ascenso Simões, secretário de Estado da Protecção Civil, no montante de 75% do valor das ajudas de custo estabelecidas para os vencimentos superiores ao índice 405 da Função Pública, ou seja, são mais 1300 euros por mês

O próprio Teixeira dos Santos recebe este subsídio por não possuir residência em Lisboa. Está a viver no Porto, tendo residência oficial em Lisboa. Continua a dar aulas, ele e a mulher, na Universidade, no Porto e é Presidente da Bolsa de Valores do Porto.

Enquanto estes canalhas andam a roubar o direito ao salário e à carreira dos funcionários, ao mesmo tempo pagam-se a eles próprios "subsídios de residência", cujos montantes são superiores ao que auferem mensalmente 80% dos funcionários no seu próprio ministério! E isto só em "subsídio"! Ou seja, a técnica é esta: Rouba-se a muitos, para dar muito, a poucos! Esta é a política do desgoverno, dito "socialista"!

(Passe sff este e-mail, para que as pessoas saibam os pagamentos que os desgovernantes fazem a si próprios, tudo em nome da "lei")

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

-" Devem-me dinheiro ! ..."

Mário Crespo

José Sócrates em 2001 prometeu que não ia aumentar os impostos. E aumentou.Deve-me dinheiro.
António Mexia da EDP comprou uma sinecura para Manuel Pinho em Nova Iorque. Deve-me o dinheiro da sinecura de Pinho. E dos três milhões de bónus que recebeu. E da taxa da RTP na conta da luz.
Deve-me a mim e a Francisco C. que perdeu este mês um dos quatro empregos de uma loja de ferragens na Ajuda onde eu ia e que fechou. E perderam-se quatro empregos.Por causa dos bónus de Mexia. E da sinecura de Pinho. E das taxas da RTP.
Aníbal Cavaco Silva e a família devem-me dinheiro. Pelas acções da SLN que tiveram um lucro pago pelo BPN de 147,5 %. Num ano.
Manuel Dias Loureiro deve-me dinheiro. Porque comprou por milhões coisas que desapareceram na SLN e o BPN pagou depois. E eu pago pelo BPN agora. Logo, eu pago as compras de Dias Loureiro. E pago pelos 147,5 das acções dos Silva. Cavaco Silva deve-me muito dinheiro. Por ter acabado com a minha frota pesqueira em Peniche e Sesimbra e Lagos e Tavira e Viana do Castelo. Antes, à noite, viam-se milharesde luzes de traineiras. Agora, no escuro, eu como a Pescanova que chega de Vigo. Por isso Cavaco deve-me mais robalos do que Godinho alguma vez deu a Vara. Deve-me por ter vendido a ponte que Salazar me deixou e que eu agora pago à Mota Engil.
António Guterres deve-me dinheiro porque vendeu a EDP. E agora a EDP compra cursos em Nova Iorque para Manuel Pinho. E cobra a electricidade mais cara da Europa. Porque inclui a taxa da RTP para os ordenados e bónus da RTP. E para o bónus de Mexia.
A PT deve-me dinheiro. Porque não paga impostos sobre tudo o que ganha. E eu pago. Eu e a D. Isabel que vive na Cova da Moura e limpa três escritórios pelo mínimo dos ordenados. E paga Impostos sobre tudo o que ganha. E ficou sem abonos de família. E a PT não paga os impostos que deve e tenta comprar a estação de TV que diz mal do Primeiro-ministro.
Rui Pedro Soares da PT deve-me o dinheiro que usou para pagar a Figo o ménage com Sócrates nas eleições. E o que gastou a comprar a TVI.
Mário Lino deve-me pelos lixos e robalos de Godinho. E pelo que pagou pelos estudos de aeroportos onde não se vai voar. E de comboios em que não se vai andar. E pelas pontes que projectou e que nunca ligarão nada.
Teixeira dos Santos deve-me dinheiro porque em 2008 me disse que as contas do Estado estavam sãs. E estavam doentes. Muito. E não há cura para as contas deste Estado.
Os jornalistas que têm casas da Câmara devem-me o dinheiro das rendas. E os arquitectos também. E os médicos e todos aqueles que deviam pagar rendas e prestações e vivem em casas da Câmara, devem-me dinheiro. Os que construíram dez estádios de futebol devem-me o custo de dez estádios de futebol. Os que não trabalham porque não querem e recebem subsídios porque querem, devem-me dinheiro. Devem-me tanto como os que não pagam renda de casa e deviam pagar. Jornalistas, médicos, economistas, advogados e arquitectos deviam ter vergonha na cara e pagar rendas de casa. Porque o resto do país paga. E eles não pagam. E não têm vergonha de me dever dinheiro. Nem eles nem Pedro Silva Pereira que deve dinheiro à natureza pela alteração da Zona de Protecção Especial de Alcochete. Porque o Freeport foi feito à custa de robalos e matou flamingos. E agora para pagar o que devem aos flamingos e ao país vão vendendo Portugal aos chineses. Mas eles não nos dão robalos suficientes apesar de nos termos esquecido de Tien Amen e da Birmânia e do Prémio Nobel e do Google censurado. Apesar de censurarmos, também, a manifestação da Amnistia,não nos dão robalos. Ensinam-nos a pescar dando-nos dinheiro a conta gotaspara ir a uma loja chinesa comprar canas de pesca e isco de plástico e tentar a sorte com tainhas. À borda do Tejo. Mas pesca-se pouca tainha porque o Tejo vem sujo. De Alcochete. Por isso devem-me dinheiro. A mim e aos 600 mil que ficaram desempregados e aos 600 mil que ainda vão ficar sem trabalho. E à D.Isabel que vai a esta hora da noite ou do dia na limpeza de mais um escritório. Normalmente limpa três. E duas vezes por semana vai ao Banco Alimentar. E se está perto vai a um refeitório das Misericórdias. À Sexta come muito. Porque Sábado e Domingo estão fechados. E quando está doente vai para o centro de saúde às 4 da manhã. E limpa menos um escritório. E nessa altura ganha menos que o ordenado mínimo.
Por isso devem-nos muito dinheiro. E não adianta contratar o Cobrador do Fraque. Eles não têm vergonha nenhuma. Vai ser preciso mais para pagarem. Muito mais. Já.

In: Penthouse 10.11.10

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

-" Adida em Londres !

AFINAL OS NOSSOS JOVENS TÊM MÉRITO...OU NÃO????

De acordo com “O Correio da Manhã”, Maria Monteiro, filha do antigo Ministro António Monteiro e que, actualmente, ocupa o cargo de adjunta do porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, vai para a Embaixada portuguesa em Londres. Para que a mudança fosse possível, José Sócrates e o ministro das Finanças descongelaram a título excepcional uma contratação de pessoal especializado.

Contactado pelo jornal, o porta-voz Carneiro Jacinto explicou que a contratação de Maria Monteiro já tinha sido decidida antes do anúncio da redução para metade dos conselheiros e adidos das embaixadas As medidas de contenção avançadas pelo actual governo, nomeadamente o congelamento das progressões na função pública, começam a dar frutos. Os sacrifícios pedidos aos portugueses permitem assegurar a carreira desta jovem de 28 anos que, apesar da idade, já conseguiu, por mérito próprio e com uma carreira construída a pulso, atingir um nível de rendimento mensal superior a 9.000 euros.

É desta forma que se cala a boca a muita gente que não acredita nas potencialidades do nosso país; os zangados da vida que só sabem criticar a juventude. Ponham os olhos nesta miúda.

A título de curiosidade, o salário mensal da nossa nova adida de imprensa da embaixada de Londres daria para pagar as progressões de 193 técnicos superiores de 2ª classe, de 290 Técnicos de 1ª classe ou de 290 Assistentes Administrativos. O mesmo salário daria para pagar os salários de, respectivamente, 7, 10 e 14 jovens como a Maria, das categorias acima mencionadas, que poderiam muito bem despedir-se, por força de imperativos orçamentais.
Estes jovens sem berço, que ao contrário da Maria tiveram que submeter-se a concurso e também ao contrário da Maria já estão habituados a ganhar pouco, devem habituar-se a ser competitivos. Também a título de exemplo, seriam necessários os descontos de IRS de 92 Portugueses com um salário de 500 Euros a descontarem à taxa de 20%.

A nossa Maria merece em nome do Progresso, e do grande Choque Tecnológico!


segunda-feira, 1 de novembro de 2010

-" Para compreender melhor o 25 de Novembro "

Entrevista com o Gen. JAIME NEVES

A VERSÃO oficial do 25 de Novembro está correcta ou há episódios que ainda não foram contados?
Está correcta.
Não faltam episódios?
Há alguns que talvez não tenham sido devidamente contados. Lembro-me que no dia 25 de Novembro tivemos um grande problema ao querer que o general Costa Gomes assumisse o papel de chefe das Forças Armadas. Ele não queria. Houve uma reunião em Belém em que estive com o Eanes, o Rocha Vieira e outros e fomos lá falar com ele. O general Costa Gomes era um homem muito inteligente mas era muito hesitante. Depois, muito a medo, lá tomou posição. Nós não faríamos nada se ele não se pusesse à frente daquilo.
Mas o 25 de Novembro precipita-se por causa das ocupações de quartéis por parte da esquerda militar.
Claro, mas nós estávamos preparados para isso. Há um episódio a que não se dá o verdadeiro relevo. No dia 24 de Novembro chegou ao Tejo, vindo de Luanda, o batalhão de pára-quedistas comandado pelo brigadeiro Almendra. E uma delegação dos pára-quedistas foi esperar o barco à entrada do Tejo. Como eles tinham o armamento todo, quiseram convencê-los a alinhar com os da base de Tancos. Eles disseram que não e seguiram para base de Cortegaça. Se esses mil e quinhentos homens tivessem alinhado, o desfecho do 25 de Novembro poderia ter sido diferente.

Como explica que Otelo Saraiva de Carvalho tivesse desistido de intervir no dia 25 de Novembro?
Nós tivemos uma reunião na noite de 24 de Novembro no quartel-general para o tentar convencer a desistir. Ele não ficou convencido mas abandonou o terreno. E, no dia seguinte, foi preso.

Como comenta a afirmação de Pires Veloso de que só ele, Lemos Ferreira e Jaime Neves é que tiveram uma acção relevante no 25 de Novembro?
Respeito a opinião das pessoas, é a dele. Isso é uma crítica a Eanes. Eu era muito amigo do Pires Veloso e um dia disse-lhe: 'Não morro de amores pelo Eanes, mas o ódio que você tem ao homem é visceral'. Quando houve o 25 de Novembro, no relatório final, o Eanes não referiu o Pires Veloso. Julgo que é isto que o magoa.

Já reatou relações com o general Eanes?
Vamos lá a ver. Somos do mesmo curso, estivemos na Índia juntos; estivemos em Angola e Moçambique juntos e até namorámos com duas irmãs durante dois anos e nenhum de nós casou com elas. Mas em princípio de 1979 ele fez uma reunião no forte de Catalazete com 15 pessoas, dos quais militares eram 10 ou 12. Ele informou-nos de que estava a ser muito pressionado para se recandidatar a Presidente da República mas que não queria. Eu disse-lhe: “Tu é que sabes”. A reunião terminou, tendo como conclusão de que ele não se iria recandidatar. Passados 15 dias vejo o Eanes no estádio da Luz, ele que não gostava de futebol. Aí pensei: ele não gosta de futebol e está aqui? Só pode ser para se recandidatar...
Aí não teve dúvidas...
Não. E um sábado de manhã, nunca mais me esqueço, o Eanes telefona-me para casa a dizer que queria falar comigo. Eu ia para o Porto e ele disse que me punha lá de avião se eu perdesse o comboio. Cheguei ao palácio de Belém, junto à escadaria que dá para a Calçada da Ajuda. Comecei a subir e ele disse para eu esperar que vinha ter comigo. A meio daquela escadaria, às 7 horas da manhã, ele diz-me: 'Se eu concorrer e o Soares Carneiro também, em quem é que votas?'. O maior conselheiro dele era o Soares Carneiro porque era um militar com experiência política. Eu disse-lhe que se o Soares Carneiro era o melhor conselheiro, como ele dizia, era nele que votava. Sabe qual foi o
primeiro acto que o Eanes fez na altura em que tomou posse?
Não.
Demitiu o general Pedro Cardoso que era chefe de Estado-Maior do Exército e que, tal como eu, tinha apoiado Soares Carneiro.
Voltou a falar com Ramalho Eanes?
Tive uns contactos com ele muito frios. Desde 1979 para cá devemos ter falado para aí umas cinco vezes.
E nada mudou agora que Ramalho Eanes propôs a sua promoção?
Nada mudou.

Todos os seus companheiros do 25 de Novembro acabaram por ter uma projecção muito mediática. Por que ficou sempre um pouco na sombra da história?
Eu, militarmente, fiquei onde quis, fiquei a comandar o Regimento de Comandos. Nunca fui um homem político.
Mas tomou posições políticas, interveio no 16 de Março e no 25 de Abril de 1974. Quando regressou da sua última comissão em Moçambique já achava ser preciso mudar o estado das coisas?
Exactamente. Eu comandava em Moçambique o Batalhão de Comandos, que era talvez a maior unidade do exército português. Tinha sob o meu comando mais de 30 capitães. E sentia, nessa altura, a insatisfação.
Mas em Moçambique tinha conversas políticas com os seus capitães?
Sim, eles faziam umas reuniões e vinham-me contar tudo. Estava a par do que se passava. As insatisfações eram de vários tipos. Havia capitães que estavam cansados de ter tantas comissões, outros acabavam por ter problemas familiares muito complicados por estarem em África. A malta ia para lá já um bocadinho obrigada.

No 16 de Março qual foi a sua intervenção?
A15 de Março, à noite, acompanhei o major Monge e o tenente-coronel Casanova Ferreira ao Regimento de Cavalaria 7 para conseguirmos que o comandante alinhasse connosco e com o anuimento do general Costa Gomes.
Ele acompanhou-os?
Não. Manteve-se firme e não acompanhou.
E depois?
Quando regressávamos capotámos em Monsanto. Endireitámos o carro, era um mini, e o Casanova Ferreira disse que ele e o Monge seguiam para as Caldas e eu fiquei de ir lá ter quando conseguisse transporte. Mas não consegui e não fui.

E no dia 25 de Abril o que é que faz?
Arranjei um grupo de comandos, oficiais e sargentos e algumas praças, éramos para aí uns 15 a 20 militares. Fomos ter com o Otelo que nos deu como missão: prender três comandantes de unidades. Mas não fui buscá-los por uma razão muito simples:
vigiámos a casa dos três e estava tudo muito calmo. Era difícil intervir sem provocar um grande alvoroço que poderia denunciar que alguma coisa se estava a passar.
O que fez então?
Fui para o Terreiro do Paço e esperei pela coluna de Santarém. Ainda vi o buraco por onde fugiu o ministro do Exército para o edifício da Marinha. Entretanto, veio o Salgueiro Maia e aí tive o meu primeiro choque. Quando estamos no meio da placa central, chega uma série de malta da Margem Sul, com bandeiras que dizem 'Nem mais um homem para África', 'Abaixo o fascismo". E eu interroguei-me: isto foi feito com tanto secretismo e já há bandeiras?
Está a dizer que havia uma articulação com o PCP?
Tinha que ser, era o único partido organizado e nós éramos uma cambada de inocentes.
Quando vê as bandeiras e os civis o que pensou?
Que estávamos a ser enganados.
E a seguir o que fez?
Segui para a Penha de França para ocupar o quartel. Cheguei ao portão principal e saiu de lá um gajo alto com uma pistola que me diz: 'Senhor major para entrar aqui só por cima do meu cadáver'. E eu disse: 'Por cima de quê? Oh amigo, vai-te embora que eu não brinco com essas coisas'.
E ele foi?
Foi.

E depois de tomar o quartel da Penha de França?
Fiquei nessa noite no quartel e no dia seguinte recebi ordens para ir com esse pessoal e o de uma companhia da EPI de Mafra para a Academia Militar. Fiquei lá sediado e fomos uma espécie de bombeiros. Deram-me mais carros de combate para uma força dissuasora e eu passei até ao dia 4 de Julho permanentemente a resolver problemas.
Quais problemas?
Levei os presos do Limoeiro para o Linhó em chaimites, iam seis de cada vez. Quando cheguei ao Limoeiro os presos disseram que só me recebiam a mim. Entrei lá para dentro sozinho. Estavam todos no refeitório e eu perguntei o que é que eles queriam. Queriam contar a história deles. Fui buscar quatro escriturários e disse: 'Cada um conta a sua história e eu levo-as e entrego ao ministro da Justiça. Querem?'
Quiseram e estive lá até às cinco da manhã. Depois, como a GNR e a PSP tinham perdido toda a força, as pessoas em Lisboa queriam vingar-se e fechavam os polícias nas esquadras e eu tinha que lá ir libertá-los.

De quem recebia ordens?
Recebia ordens do Costa Gomes - conhecia-o bem, tinha estado com ele em
Moçambique, quando era comandante militar e eu estava nos Comandos - e recebia ordens do Spínola. E o Spínola chamou-me a 29 ou a 30 de Abril e disse-me: 'Vais ao aeroporto esperar o dr. Álvaro Cunhal com todo o pessoal, com toda a honraria; recebe-o como deve de ser e vais trazê-lo para aqui'.
Já tinha ouvido falar do Cunhal antes do 25 de Abril?
Já, mas pouco. Ele não estava cá.

E depois o que se seguiu?
Cumprimentei-o e disse-lhe que tinha ordens do general Spínola, que pedia para me acompanhar para o levar ao palácio da Cova da Moura. E quando íamos a sair aí é que eu tenho um espanto.
Porquê?
Porque olho para trás, quando estávamos a chegar à Segunda Circular e vejo os carros militares todos cheios de gente com bandeiras vermelhas e aí eu disse: 'Estou fodido'. Dei ordens pelo rádio para os meus homens terem calma e não mexerem nas armas.

Uma grande tensão?

Foi pior de outra vez. O Costa Gomes disse-me para eu ir buscar um cubano, o célebre capitão Peralta, que estava no hospital da Estrela e que os gajos da extrema-esquerda queriam tomar o quartel para o tirarem de lá. Perguntei-lhe se podia usar de todos os meios. Só ao fim de meia hora é que escreveu a meu pedido uma ordem, mas frisando que só em caso extremo podia usar as armas. Lá fui e, pela primeira vez na minha vida, assustei-me e vi-me aflito.
O que se passou?
É que quando eu dou a volta no Largo da Estrela vejo um mar de gente, e os malandros de repente atiram-se todos ao chão e não me deixam andar. Eu vou devagarinho e vi os gajos à minha frente a fazerem amor...Tive que andar a levantá-los um a um e lá consegui encostar os carros todos ao fim de duas horas. Sei lá o que eu fiz mais... Fui para a TAP 12 dias para os pôr a trabalhar, fiz uma série de coisas.

Um dia disse que “o abandono de África é o pior legado da revolução de Abril'. Se tivesse percebido antes tinha participado?
Tinha sérias dúvidas. Não sou defensor da descolonização possível de Mário Soares. Pensei sempre que nós devíamos controlar daqui. Era contra o Portugal uno inalienável e indivisível. A Guiné estava a perder-se. Eu dizia para se deixar a Guiné e agarrar Angola e o pessoal que estava na Guiné ia para Moçambique, que também estava mal.
A sua posição era de que o processo de independência devia ser lento e controlado por Portugal?
Sim, controlado por nós, a nossa tropa controlava.
E na altura havia condições políticas para isso, com enormes manifestações a gritarem 'Nem mais um soldado para as colónias'?
Vamos lá a ver... Se cá tivessem tomado medidas, tínhamos agarrado o processo. Não fizemos nada, pelo contrário. Houve toda uma técnica que ninguém esperava que se notasse.
Qual?
Quando colocaram os cravos nas armas não foi por acaso.
Porque foi então?
Para as neutralizar. Eu nunca deixei que o fizessem para poder empregar todos os meios.
Mas havia medo que, caso os militares utilizassem a força, os civis se revoltassem...
Há maneiras de o fazer. Lembro-me que já estava nos Comandos e os deficientes foram sequestrar o Governo manifestando-se em cadeiras de rodas. Esqueceram-se que havia quem fosse mais esperto do que eles. Eu fui num jipe civil e vi a manifestação. Fui ter com os meus condutores das duas companhias de Comandos e disse: 'Vamos descer em segunda e quero o máximo de rateres'. Eles não eram nada deficientes e, quando viram as chaimites, levantaram-se e desataram a correr. Largaram tudo.
Largaram as cadeiras de rodas?
Largaram tudo. Eu carreguei duas camionetas com as cadeiras de rodas e as próteses para a Amadora. Fiz um aviso na rádio a todos que as quisessem. Em 15 minutos levaram tudo.

É sabido que foi crítico do caminho que o processo tomou. Para si quem foram os responsáveis?
O general Spínola foi o grande responsável, quando resignou em Setembro e foi para lá o Costa Gomes...A desilusão foi muito grande. Eu, volta e meia, ia a Belém; ele chamava-me. E quando se falava no Partido Comunista ele dizia para se falar baixo. Quando começaram os problemas com Otelo eu disse: 'Oh meu general prenda-se o Otelo'. E ele logo: 'Fale baixo'. Ele tinha medo. Quando foi a chamada 'manifestação silenciosa' ele foi-se embora porque teve medo.
Mas no 11 de Março Spínola não tentou aliciá-lo?
Tentou. Ele no 11 de Março telefonou-me ao meio-dia, e perguntou se eu já tinha a minha missão. Respondi-lhe que não tinha missão nenhuma.

Naquela altura o que mais o marcou?
Foram as grandes manifestações que aconteceram em Lisboa porque nós não estávamos preparados para isso.
Mas receou o quê?
Não sabia como resolver aqueles problemas. Por exemplo, o MRPP punha os 'borrachos' à frente
e elas metiam-se com os soldados. 'Oh filho e tal...'. Tentavam seduzi-los e a malta fraquejava. Foi a primeira vez que a tropa enfrentou manifestações de civis.

Nessa altura, em que já tem reservas sobre o curso das coisas como eram as relações com os seus companheiros de armas?
Com o Costa Gomes fazia faísca, porque ele era um homem diabólico. Veja só o percurso dele. É condecorado em Angola com a mais alta condecoração da PIDE em 1973, o único militar que eu conheço; e um ano depois, em 1974, virou à esquerda. Tive reuniões com os militares do COPCON e o Otelo tinha este país na mão. Mas era um homem sem coerência e houve uma altura que se convenceu que era bonito e sedutor. O COPCON chegava a ter à entrada uma bicha de mais de 1.000 pessoas. Um dia perguntei a uma senhora onde ia. E ela disse: 'O general Otelo prometeu-me um apartamento'. Eu chegava lá dentro e dizia: 'Oh Otelo, como é que tu fazes isso? Para onde é que queres levar este país?'.
E como foi o seu relacionamento com Vasco Gonçalves?
Falei só para aí duas vezes com ele. Encontrei-o em Belém no dia 20 e tal de Novembro de 1975 porque o Costa Gomes tinha-me mandado chamar. Encontrei-o no corredor e ele começou a gritar pelos guarda-costas. Eu ri-me.

Mas havia uma grande desconfiança em relação a si por ser mais conotado com a direita do que com a esquerda.
Costumo dizer: nasci em 1936 e formei-me em 1956. Nós militares, infelizmente, éramos politicamente muito mal preparados, mas éramos todos muito parecidos. Depois surgiram uns que diziam que eram de esquerda. Mas olhe, esses gajos que se rotularam de esquerda eram uma merda como militares.
Todos?
Bem, todos não.

Chegou a ser saneado dos Comandos.
Foi no dia 31 de Julho de 1975. Nesse dia tudo estava muito agitado porque tinha chegado a 6.a Esquadra americana. Eu cheguei à messe dos sargentos e perguntei o que se passava: 'Meu major é que vem a 6.a Esquadra para conquistar isto', disseram-me. E eu disse: 'Vocês são parvos, não vem nada'. Às 10 horas da noite fui-me deitar, eu morava na Reboleira, mas pressentia que ia acontecer alguma coisa. Às quatro da manhã toca o telefone e alguém diz: 'É do PSD da Amadora. O Partido Comunista tomou o seu quartel e eu estou-lhe a oferecer duzentos homens mas precisamos de armas'. Perguntei quem falava e ele disse que não podia dizer e desligou. Logo a seguir liga-me o meu 2.° comandante, major Lobato Faria, que diz que estava preso, mais um grupo de oficiais e sargentos. E diz que os ocupantes lhe tinham pedido para me informar de que já não era o comandante. Eu tinha um Ford amarelo que me tinham emprestado. Cheguei ao pé do quartel, parei o carro e fui a pé e fiquei à Porta de Armas. Estavam duas chaimites a trancarem a entrada com mecânicos lá dentro. Dizem-me que eu já não sou o comandante e que estavam à espera do Otelo que nessa noite tinha chegado de Cuba, e que também vinha o Vasco Lourenço que, entretanto, chegou mas não o deixaram entrar. E eu a assistir àquilo tudo. Chega o Otelo, está lá um minuto e dezoito segundos a falar com quatro militares. Eu disse-lhe que queria que fossem libertados todos os que estavam presos. Fui com os meus militares para o Estado-Maior do Exército reconstituir o que se tinha passado. O Otelo julgava que lhe iam entregar o quartel de bandeja, mas esqueceu-se que o Partido Comunista já tinha tomado conta do quartel. E então ele pensou que entre o PCP e o Jaime Neves preferia-me a mim, e foi-me buscar.
Esteve saneado quanto tempo?
Três dias. Fui a um plenário a que o Otelo foi, no Regimento de Comandos, e os furriéis que tinham participado na ocupação foram ao palco e disseram que tinham estado com o Álvaro Cunhal que lhes prometeu e às famílias que lhes pagava transportes, que lhes pagava tudo, se algo corresse mal. Isso ficou no auto.

Colocou alguma vez a hipótese de sair do país antes do 25 de Novembro?
Nunca. A única coisa que defendi, como militar, para o 25 de Novembro, foi a hipótese de sair de Lisboa, ir para Rio Maior porque os Comandos tinham as rádios e os jornais diariamente contra nós e militarmente estávamos praticamente isolados. Éramos bombardeados de manhã à noite. Civis e militares chegaram a ir ao quartel ameaçar-nos. À segunda vez tracei uma linha na estrada e disse que abria fogo sobre o primeiro que a passasse. Nunca mais ninguém passou. A maior parte da malta com um berro desaparecia.

Quando foi contactado para a hipótese de fazerem um golpe de estado?
Durante o Verão 1975 havia reuniões com militares. Estavam o Eanes, Rocha Vieira, Tomé Pinto, Garcia dos Santos, Gomes Mota, Firmino Miguel e mais alguns civis, entre os quais o Henrique Granadeiro que foi chefe da casa civil do Eanes.
E reuniam-se onde?
Em qualquer sítio. A primeira vez foi em casa do Melo Antunes, outra por cima do restaurante Galeto, em Lisboa.
Na altura tinha informação sobre estar em preparação um golpe de direita?
Não me lembro de ouvir falar da possibilidade de um golpe da direita porque nós controlávamos tudo. Além disso, os únicos homens de direita de que tínhamos conhecimento que poderiam ser operacionais eram o Alpoim Galvão e mais uns que, no Norte, estavam com o cónego Melo. Nós conhecíamo-nos todos, éramos camaradas, éramos militares.
Todos sabiam o que todos andavam a fazer?
Sim. Nós sabíamos que aquela direita nunca avançaria contra nós. Não era uma preocupação.

Mas tudo aconteceu no dia 25 de Novembro porque houve a ocupação pela esquerda militar das bases de Tancos...
Exactamente. Estávamos já preparados. Mas foi uma resposta. Eu estava preparado com o regimento há uma semana. Tinha as viaturas carregadas com munições e com comida.

O que se passou quando foi tomar a Polícia Militar? Houve aí um problema...
Houve. Quando vou a passar na Calçada da Ajuda, vem um tenente-coronel a correr de dentro do palácio de Belém que me grita: 'Oh pá, o Costa Gomes deu ordens e a Polícia Militar vai render-se'. E eu disse-lhe: 'Oh pá, eu não posso fazer nada porque o meu comando deu ordens para avançar e eu estou atrasado 10 segundos'.
Quem era na altura o seu comando?
Era o Eanes e os outros oficiais que já referi.
E depois o que aconteceu?
Eu sigo para cima e quando vou a passar à frente de Cavalaria 7, estava lá a recruta, fomos atacados. Apeámo-nos rapidamente. Dois dos meus homens estavam mortos e o meu pessoal queria matar duzentos. Tive que andar aos pontapés ao meu pessoal para não dispararem. Eles só choravam. Olhe que durante anos, quando fazíamos manobras militares, em qualquer terra onde chegávamos as pessoas diziam-me: “Você é que o culpado disto porque não matou os gajos todos da Polícia Militar”.
E eu respondia: 'Olhe lá, e se estivesse o seu filho na Polícia Militar, não estaria a falar comigo agora aqui'.

A partir do 25 de Novembro deixa de ter intervenção?
Sim, só me dedicava à vida militar. Fico nos Comandos até passar à reserva em 1981. Tinha estado na Índia na primeira comissão. Estive em Moçambique pela primeira vez em 1959. Em 1962 fui para Angola até 1964; depois vou logo para os Comandos. Regresso a Angola em 1965 e em 1966 mudam-me para Moçambique, fiquei lá mais um ano e meio. Em 1968 regresso e em 1970 volto para Moçambique com uma companhia de Comandos, depois de ter estado cerca de cinco meses em Angola. Sou promovido a major em 1972 e fico em Moçambique até Dezembro de 1973.
África marcou-o muito?
Sim. Em 1973 cheguei a dizer ao meu pai que ficava em África. Eu gostava daquilo, sentia-me realizado.

Como responde à polémica que surgiu com a sua recente promoção a general?
Não respondo, mas há uma coisa que tem de ser dita: esta raiva que o Vasco Lourenço despeja em cima de mim, sempre que pode, tem duas origens. Primeiro, ele tem uma verborreia crónica; ele tem de pronunciar-se de vez em quando. Segundo, há uma coisa que ele não esquece: em 1975 eu disse no regimento que a ele nem para cabo o queria e pedi desculpa aos cabos. Ele não tinha categoria nenhuma...

Nasceu em Vila Real e seguiu a carreira militar porque era mais económico?
Sim, mas quando acabei o sétimo ano candidatei-me à Academia Militar e, como alternativa, também a Medicina na faculdade do Porto. Fui chamado primeiro para a Academia e lá fui.
E alguma vez pensou que a sua carreira militar ia levar este rumo?
Não, nunca me passou pela cabeça.
E alguma vez parou para pensar na volta que sua vida levou?
Nunca me arrependi, pelo contrário.
Por que foi trabalhar com Jorge de Brito quando saiu dos Comandos?
Conheci-o quando ele esteve preso e tentei dar-lhe uma ajuda. Depois passei a dar-me com ele e trabalhámos juntos durante 12 anos.
A fazer o quê?
Ao Jorge de Brito arrolaram-lhe todos os bens, que eram muitos, e eu fui director daquele património. Aquilo estava tudo ocupado. Eu pus aquilo na ordem, despedi uns e bati noutros...
A seguir criou uma empresa de segurança, a 2045...
Sim, éramos seis sócios. Continua a trabalhar e tem três mil homens.

Julgo que agora já estará mais regrado quanto ao whisky e ao prazer pela comida?
Eu gostava de beber uns copos, mas numa noite bebia apenas três whiskies. Era só gelo.
Era um refresco ?...
Ora muito bem...isso mesmo. Nunca me embebedava e nunca permiti que me
oferecessem um whisky.
Gostava da noite?
Gostava. A noite é um mundo excepcional, fazem-se amigos, inimigos, faz-se tudo.
Na vida fez alguma coisa de que se arrependeu?
(Longo silêncio) Não tenho veleidades de dizer que fiz tudo bem, mas não me ocorre nada de especial.

Jerónimo Pimentel

sábado, 30 de outubro de 2010

-" Imaginem "

Por Mário Crespo

Imaginem que todos os gestores públicos das 77 empresas do Estado decidiam voluntariamente baixar os seus vencimentos e prémios em dez por cento. Imaginem que decidiam fazer isso independentemente dos resultados. Se os resultados fossem bons as reduções contribuíam para a produtividade. Se fossem maus ajudavam em muito na recuperação.
Imaginem que os gestores públicos optavam por carros dez por cento mais baratos e que reduziam as suas dotações de combustível em dez por cento.

Imaginem que as suas despesas de representação diminuíam dez por cento também. Que retiravam dez por cento ao que debitam regularmente nos cartões de crédito das empresas.

Imaginem ainda que os carros pagos pelo Estado para funções do Estado tinham ESTADO escrito na porta. Imaginem que só eram usados em funções do Estado.

Imaginem que dispensavam dez por cento dos assessores e consultores e passavam a utilizar a prata da casa para o serviço público.

Imaginem que gastavam dez por cento menos em pacotes de rescisão para quem trabalha e não se quer reformar.

Imaginem que os gestores públicos do passado, que são os pensionistas milionários do presente, se inspiravam nisto e aceitavam uma redução de dez por cento nas suas pensões. Em todas as suas pensões. Eles acumulam várias. Não era nada de muito dramático. Ainda ficavam, todos, muito acima dos mil contos por mês. Imaginem que o faziam, por ética ou por vergonha. Imaginem que o faziam por consciência.

Imaginem o efeito que isto teria no défice das contas públicas.

Imaginem os postos de trabalho que se mantinham e os que se criavam.

Imaginem os lugares a aumentar nas faculdades, nas escolas, nas creches e nos lares.

Imaginem este dinheiro a ser usado em tribunais para reduzir dez por cento o tempo de espera por uma sentença. Ou no posto de saúde para esperarmos menos dez por cento do tempo por uma consulta ou por uma operação às cataratas.
maginem remédios dez por cento mais baratos. Imaginem dentistas incluídos no serviço nacional de saúde.

Imaginem a segurança que os municípios podiam comprar com esses dinheiros.

Imaginem uma Polícia dez por cento mais bem paga, dez por cento mais bem equipada e mais motivada.

Imaginem as pensões que se podiam actualizar. Imaginem todo esse dinheiro bem gerido.

Imaginem IRC, IRS e IVA a descerem dez por cento também e a economia a soltar-se à velocidade de mais dez por cento em fábricas, lojas, ateliers, teatros, cinemas, estúdios, cafés, restaurantes e jardins.

Imaginem que o inédito acto de gestão de Fernando Pinto, da TAP, de baixar dez por cento as remunerações do seu Conselho de Administração nesta altura de crise na TAP, no país e no Mundo é seguido pelas outras setenta e sete empresas públicas em Portugal. Imaginem que a histórica decisão de Fernando Pinto de reduzir em dez por cento os prémios de gestão, independentemente dos resultados serem serem bons ou maus, é seguida pelas outras empresas.

Imaginem que é seguida por aquelas que distribuem prémios quando dão prejuízo.
Imaginem que país podíamos ser se o fizéssemos.
Imaginem que país seremos se não o fizermos."


quinta-feira, 28 de outubro de 2010

-" São todos iguais "

Marques MendesNovo Pensionista Prematuro!

"Aos 50 anos de idade e com 20 anos de descontos como Deputado, Marques Mendes acaba de requerer a Pensão a que tem direito, no valor mensal vitalício de 2.905 euros mensais. Contudo, um trabalhador normal tem de trabalhar até aos 65 anos e ter uma carreira contributiva completa durante 40 anos para obter uma reforma de 80% da remuneração média da sua carreira contributiva.

Um povo resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas..."

E porquê ? ! ... Porque desconhece aquilo de que os portugueses sempre foram capazes e se resignam a serem manipulados por um bando de incapazes sem escrupulos. Isto é o que acontece quando um povo desconhece a sua própria história!
Não é por acaso que as "forças progressistas e democráticas" do 25 de Abril tentaram apagar ou deturpar a história. Um povo conhecedor e orgulhoso da sua história não se deixa dominar por um bando de ignorantes oportunistas.

Sigam o exemplo dos valentes do 1º de Dezembro e defenestrem todos os parasitas! ...


segunda-feira, 25 de outubro de 2010

-" Diamantes e Robalos "

Momentos de glória da política portuguesa !




João Soares, Teresa Ricoh, Jonas Savimbi, António Maria Pereira e Armando Vara, durante o VII Congresso da UNITA, na Jamba, Angola, em 1991.

Deixem-me fazer um exercício de raciocínio :

- Em 1991, a UNITA dominava a zona da Lunda e as jazidas de diamantes.
- O congresso da UNITA realizou-se seis meses antes das eleições em Portugal.
- As campanhas eleitorais ficam muito caras.
- Qual é o negócio mais rentável na África do Sul ?
- Por falar em África do Sul, recordo-me que João Soares teve um acidente num avião ligeiro quando ia de Angola para a África do Sul.
- Que raio iria ele fazer à África do Sul ?...
- Será que ia passar férias ?...
- Teve muita sorte em não ter morrido ! ... Se morresse seria mais um herói do PS.
- Será que isto tem alguma coisa a ver com os robalos ?...


Não ! ... Tudo isto só pode ter sido coincidência.