O anterior texto "A escrita mentirosa de António Lobo Antunes" começa a provocar reações e parece que a verdade está a querer vir à superfície.
O texto que se segue, foi me enviado para esclarecimento que eu pretendo seja extensivo a todos os leitores.
O blogue estará aberto a apoios ou contestações que julgarem pertinentes.
« Não devemos levar tão à letra (certos) homens de letra(s) ou treta(s)Tenham ou não sido Nobel.
Depois de ter lido o seu livro "Cartas da guerra", sorri incredulamente por o autor (médico) descrever acções de combate, fazendo-se passar por protagonista, qual operacional e, curioso, parecer ter-me plagiado.
Episódios de guerrilha ali narrados, parecem ter sido retirados do meu diário de guerra, escrito entre Abril de 1968 e Junho de 1971. Aquele livro do ALA teve o condão de me levar, décadas depois, a reler o meu diário. Escrita que continua a ser só do meu conhecimento, do meu foro íntimo e bem guardada.
Passei 26 meses em Angola, como atirador de Cavalaria. Parte desse tempo em sítios, entre outros, como Cuito Cuanavale, Lupire, Mavinga, Serpa Pinto; zonas de guerra idênticas àquela onde viria a estar (Luso / leste de Angola) o Batalhão (1971 a 73) a que terá pertencido o médico A. Lobo Antunes.Todavia, falando desses tempos, dou comigo, constantemente, a relembrar mais as férias, acompanhado de 3 camaradas (João Cruz, David Ribeiro e Marques dos Santos) passadas, no primeiro ano, em Nova Lisboa, Benguela e, sobretudo, Lobito (maravilhosa) e, no segundo ano (com José Cabelo em vez do David), em Lourenço Marques, Namaacha, Inhaca (ilha paradisíaca), Beira, Gorongosa, por minha opção, em vez das traumatizantes deslocações ao "Puto" e ao seio da família.
Bem hajas, mãe!
Qualquer militar que tenha servido no Ultramar (ou Colónias) - mesmo que tivesse sido mecânico, cozinheiro, enfermeiro, telegrafista, vague-mestre ou de outra especialidade de apoio ao combatente operacional - sabe que o médico era apenas... médico. E o exercício da medicina, obviamente, era no "hospital/enfermaria" (quando havia) ou, quando muito no aquartelamento. O do cozinheiro era na cozinha, no aquartelamento.
O que A. Lobo Antunes conta na sua obra - aparte as adulterações/inverdades condenáveis - será baseado nos testemunhos que ouviu, nos feridos e mortos que lhe foram enviados, à mistura com a sua imaginação, criatividade e acréscimo de pitadas de ficção, mais o empolamento próprio do escritor. Para valorização da obra e - admito - sua melhor comercialização.
Quem, daqueles que passaram pela nossa Guerra Colonial, não conhece um caso de um camarada amanuense ou fiel de armazém - "frustrado" pela sua pacata vida, para impressionar madrinhas e/ou amigos e familiares - a escrever aerogramas com imaginosos actos heróicos, sem nunca ter saído do arame farpado?
Deixemos o Lobo Antunes uivar. O homem tem a virtude de, pelo menos, relembrar uma guerra a cair no esquecimento.
O texto que se segue, foi me enviado para esclarecimento que eu pretendo seja extensivo a todos os leitores.
O blogue estará aberto a apoios ou contestações que julgarem pertinentes.
« Não devemos levar tão à letra (certos) homens de letra(s) ou treta(s)Tenham ou não sido Nobel.
Depois de ter lido o seu livro "Cartas da guerra", sorri incredulamente por o autor (médico) descrever acções de combate, fazendo-se passar por protagonista, qual operacional e, curioso, parecer ter-me plagiado.
Episódios de guerrilha ali narrados, parecem ter sido retirados do meu diário de guerra, escrito entre Abril de 1968 e Junho de 1971. Aquele livro do ALA teve o condão de me levar, décadas depois, a reler o meu diário. Escrita que continua a ser só do meu conhecimento, do meu foro íntimo e bem guardada.
Passei 26 meses em Angola, como atirador de Cavalaria. Parte desse tempo em sítios, entre outros, como Cuito Cuanavale, Lupire, Mavinga, Serpa Pinto; zonas de guerra idênticas àquela onde viria a estar (Luso / leste de Angola) o Batalhão (1971 a 73) a que terá pertencido o médico A. Lobo Antunes.Todavia, falando desses tempos, dou comigo, constantemente, a relembrar mais as férias, acompanhado de 3 camaradas (João Cruz, David Ribeiro e Marques dos Santos) passadas, no primeiro ano, em Nova Lisboa, Benguela e, sobretudo, Lobito (maravilhosa) e, no segundo ano (com José Cabelo em vez do David), em Lourenço Marques, Namaacha, Inhaca (ilha paradisíaca), Beira, Gorongosa, por minha opção, em vez das traumatizantes deslocações ao "Puto" e ao seio da família.
Bem hajas, mãe!
Qualquer militar que tenha servido no Ultramar (ou Colónias) - mesmo que tivesse sido mecânico, cozinheiro, enfermeiro, telegrafista, vague-mestre ou de outra especialidade de apoio ao combatente operacional - sabe que o médico era apenas... médico. E o exercício da medicina, obviamente, era no "hospital/enfermaria" (quando havia) ou, quando muito no aquartelamento. O do cozinheiro era na cozinha, no aquartelamento.
O que A. Lobo Antunes conta na sua obra - aparte as adulterações/inverdades condenáveis - será baseado nos testemunhos que ouviu, nos feridos e mortos que lhe foram enviados, à mistura com a sua imaginação, criatividade e acréscimo de pitadas de ficção, mais o empolamento próprio do escritor. Para valorização da obra e - admito - sua melhor comercialização.
Quem, daqueles que passaram pela nossa Guerra Colonial, não conhece um caso de um camarada amanuense ou fiel de armazém - "frustrado" pela sua pacata vida, para impressionar madrinhas e/ou amigos e familiares - a escrever aerogramas com imaginosos actos heróicos, sem nunca ter saído do arame farpado?
Deixemos o Lobo Antunes uivar. O homem tem a virtude de, pelo menos, relembrar uma guerra a cair no esquecimento.
Autor: César Santos (Atirador Cav.)
do 3º Grupo de combate - 5 mortos
da Comp. Cav. 2500 - 7 mortosdo
Bat. Cav. 2870 - 11 mortos (total)
(E bastantes evacuados para a Metrópole) »
Olá amigo.
ResponderEliminarChamo-me Ângelo Costa e sou de Vizela.
Estive com a vossa Companhia 2.500 ( Capitão Cruz,falecido há dois anos. )em Serpa Pinto.Era do Centro de Mensagens da C.S.S.Bat.Cav. 2870.
Um Abraço
Um abraço, Ângelo.
ResponderEliminarNo mês passado, estive em convívio mais restrito de malta do Bat. Em Vila Verde, mais precisamente em Aboím da Nóbrega.